ONU pede prioridade para combate a doenças crônicas

A ONU (Organização das Nações Unidas) elevou as doenças crônicas não transmissíveis à condição de prioridade para as políticas públicas dos Estados membros.

Compartilhar artigo

Presidente Dilma Rousseff defende quebra de patente de drogas usadas contra câncer, diabetes, problemas cardíacos e pulmonares

A ONU (Organização das Nações Unidas) elevou as doenças crônicas não transmissíveis à condição de prioridade para as políticas públicas dos Estados membros.

O compromisso foi divulgado ontem em reunião de alto nível com chefes de Estado. Dilma Rousseff, segunda presidente a discursar no evento, defendeu que as doenças crônicas não transmissíveis também possam motivar quebra de patentes de medicamentos.

São consideradas doenças crônicas não transmissíveis câncer, diabetes, problemas cardíacos e pulmonares. Segundo o documento divulgado ontem, os governos criarão, até 2013, planos para combater os fatores desencadeadores dessas doenças.

Entre as medidas sugeridas pela ONU estão mais impostos sobre cigarros e limites para a publicidade de alimentos ricos em gordura saturada, sal e açúcar.

Patentes
A presidente afirmou que o Brasil ampliará o combate aos fatores de risco, destacou que as doenças crônicas têm “incidência desproporcional” entre os mais pobres e defendeu ações para tornar os remédios mais acessíveis.

“O Brasil respeita seus compromissos de propriedade intelectual, mas nós estamos convencidos de que as flexibilidades previstas na OMC [Organização Mundial do Comércio] e na OMS [Organização Mundial da Saúde] são indispensáveis para políticas que garantam o direito à saúde”, disse Dilma.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou que após a reunião da ONU – que pela terceira vez na história elevou uma discussão sobre saúde ao âmbito dos chefes de Estado – o Brasil não admitirá mais distinção entre doenças transmissíveis e não transmissíveis na elaboração de políticas públicas.

Com isso, é possível alegar que males crônicos não transmissíveis são interesse de saúde pública e que estão acima de interesse econômico.

O ministro afirmou, porém, que o Brasil não está defendendo quebra indiscriminada de patentes. “Apenas defendemos que os acordos já construídos possam ser utilizados para o enfrentamento dessas doenças”, disse Padilha.

A princesa Dina Mired, da Jordânia, embaixadora para União pelo Controle Internacional do Câncer, fez críticas à campanha da ONU. “Fiquei desapontada porque não ouvi as doenças crônicas sendo tratadas como uma epidemia. E isso é que o elas são.” A embaixadora propôs que os governos assumissem o compromisso de reduzir em 25% até 2025 a incidência dessas doenças.

Margaret Chan, diretora-geral da OMS, disse que esses males mostram um desastre de saúde em marcha lenta no mundo e criticou as políticas públicas atuais. “As causas dessas doenças não têm sido combatidas. Os índices de obesidade mostram quão terríveis têm sido as políticas púbicas.”
 

Fonte: Folha de S. Paulo

Artigos Relacionados...

Últimas Notícias

O sentimento dos trabalhadores brasileiros

William Shakespeare dizia que “a alegria evita mil males e prolonga a vida”. Infelizmente, os resultados da pesquisa State of the Global Workplace, realizada pela

Curta nossa página

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

plugins premium WordPress
Rolar para cima