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Saúde brasileira precisa de maior financiamento e controle dos gastos
23/05/2012

Para tratar do assunto, André Medici, economista sênior da Saúde do Banco Mundial, iniciou sua participação apresentando um panorama do que é gasto na área da saúde no mundo e como o Brasil está inserido nesse contexto.
Segundo ele, dados de 2008 apontam que os gastos mundiais em saúde chegaram a US$ 6,1 trilhões. Desse montante, 60% foi destinado à área pública e 40% ao setor privado. "Mas o gasto público em saúde no Brasil está muito baixo, nós precisamos pensar em novas alternativas", ponderou.
Isso significa, segundo o especialista, que é preciso "discutir as necessidades e opções para melhorar a eficiência dos gastos de saúde no país". Para isso, seria necessária uma abordagem sob o ponto de vista de gestão, necessidades, demanda, eficiência de alocação e equidade.
Mesmo com todos os problemas, no entanto, os gastos públicos federais em saúde passaram de R$ 53 bilhões em 2007 para R$ 80,9 bilhões em 2011 - um aumento de 60% no período. Ainda pouco, mas uma indicação de que, segundo Medici, o problema brasileiro pode estar relacionado tanto com "aumentar a participação da saúde nos gastos públicos quanto como reduzir gastos desnecessários em outros setores do governo".
Talk show
O tema financiamento da saúde também foi objeto de um talk show que contou com a participação de Medici e o coordenador do módulo, Marcos Bosi Ferraz, o diretor executivo da Fenasaúde, José Cechin, e a assessora econômica do Banco Mundial, Maureen Lewis.
Segundo Lewis, é importante pensar em melhorias em relação aos gastos para o sistema, mas não é só isso. "Os gastos são apenas uma parte do sistema. É importante enfatizar que existem evidências que comprovam isso", disse a especialista. Ela também destacou que o modelo de administração por Organizações Sociais "tem valor e deve ser analisado".
Para José Cechin, o problema está nas áreas do governo que mais oneram a União, como a Previdência Social e folha salarial de seus servidores. Com isso, os recursos para a Saúde são sempre menores. "Hoje a folha salarial do governo e benefícios da previdência correspondem a dois terços dos gastos", pontuou.
O coordenador do painel, Marcos Bosi, afirmou que a necessidade das reformas no país, como a fiscal e a tributária, também é urgente. "As reformas influenciam em muito nosso sistema de saúde, mas elas dependem do próprio Estado brasileiro", disse.
Fonte: FEHOESP
Fotos: Neuza Nakahara