Evento Silver Economy reúne economistas em São Paulo

O fenômeno da economia prateada foi tema do seminário Silver Economy, que aconteceu no dia 30 de setembro durante a feira Longevidade Expo+F&oac

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O fenômeno da economia prateada foi tema do seminário Silver Economy, que aconteceu no dia 30 de setembro durante a feira Longevidade Expo+Fórum, no Expo Center Norte em São Paulo. O evento reuniu economistas de renome que palestraram sobre as mudanças e os impactos da longevidade na economia e sociedade. Estiveram presentes Eduardo Giannetti – economista, escritor e professor da USP e do Insper, Carlos Kawall – economista-chefe do Banco Safra, Ricardo Amorim – linkedin influencer, considerado pela Forbes o economista mais influente do Brasil, Yasushi Noguchi – Consul Geral do Japão em São Paulo e Waldemar De Carli – prefeito de Veranópolis/RS, cidade eleita Amiga do Idoso pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Eduardo Giannetti apresentou em sua palestra os impactos da demografia, tema que também foi bastante explorado ao longo do evento.  “Estou aqui para contextualizar a longevidade, o que significa entender a transição demográfica pela qual nós estamos passando no mundo e especialmente no Brasil. Demografia é um tema que não figura nas manchetes dos jornais e é pouco discutido socialmente, mas é extremamente impactante na vida humana. Para mim, o acontecimento mais importante da nossa geração de brasileiros é essa transição, que resulta de três vetores poderosos de mudança: explosão populacional, queda da taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida. A longevidade, portanto, é uma conquista humana de viver mais e almejar viver melhor”. Gianetti afirmou que se fosse questionado sobre qual o acontecimento mais importante na geração atual de brasileiros, não teria dúvida em responder que é a transição demográfica. “Tudo o que há de relevante para uma existência humana, passa pela transição demográfica: ramificações de ordem econômica, social, médica, cultural e existencial”, afirmou o economista, que também fez suas considerações sobre a reforma da previdência. “O desafio da previdência está diretamente ligado a demografia. Se nós já estamos gastando, em pleno bônus demográfico, 13% do PIB brasileiro em benefícios previdenciários, não dá nem para imaginar o que gastaremos no futuro se não mudarmos as regras da previdência agora no Brasil. Não resolve o problema, mas é um passo importante na direção certa. O Brasil está fora da curva no que diz respeito à previdência, somos um país demograficamente jovem que já gasta com previdência como um país europeu maduro. É uma conta que não fecha”, finalizou.

Carlos Kawall iniciou sua palestra afirmando que o tema longevidade está afetando o cenário econômico de maneira marcante, principalmente na questão demográfica. Para Kawall, o melhor a se fazer é poupar mais. “É preciso fazer um esforço maior de poupança para termos a condição de nos sustentar no futuro. A própria longevidade e a transição demográfica estão fazendo com que a taxa de juros de equilíbrio da economia mundial seja muito mais baixa. Portanto, a ideia é poupar mais, pois viveremos mais”, contextualizou. Ele enfatizou que a forma por excelência de poupança, que é a busca de ativos de renda fixa, essa cada vez remunerará menos. “Então, o desafio se torna, nesse sentido, duplo”.  O economista também traçou um panorama com as expectativas de crescimento, concluindo que há uma desaceleração do crescimento econômico global. “Nós estamos nos inserindo no contexto global de menor crescimento econômico, aumento de taxa de poupança, geração de poupança adicional e queda dos juros de equilíbrio. Kawall afirmou que, com a aprovação da reforma da previdência, há uma estimativa entre 850 e 900 bilhões de reais de gastos a menos nos próximos 10 anos. Ele finalizou argumentando sobre a importância da educação financeira. “Teremos que observar a possibilidade de ativos que têm maior riscos: devo colocar dinheiro na bolsa de valores? investir em imóveis? participar de investimentos ligados ao empreendedorismo? Sim, são possibilidades a serem consideradas”, finalizou.

O economista Ricardo Amorim iniciou sua apresentação dizendo que há 60 anos chamávamos de idoso quem tinha 60 anos ou mais. “Quem tinha essa idade, realmente era idoso, hoje não mais. Precisamos mudar, pois se a gente não muda como chama, a gente não muda como vê. E como a gente vê, é o que determina o que a gente faz. Está na hora de mudar, inclusive em relação a expectativa de aposentadoria, mas não só. Expectativas de contribuição no trabalho, de participação na sociedade e, com o mercado consumidor”, concluiu. Ele também apresentou dados atualizados sobre a atual economia global e finalizou dizendo que o mercado da longevidade ainda é muito pouco valorizado. “Uma das coisas que mais me impressiona é como o mercado dos longevos não recebe a devida atenção, seja do mercado publicitário ou das próprias empresas, o que é uma loucura. Não apenas esse mercado hoje é gigante e cresce muito mais que os outros, como o poder aquisitivo é maior nessa média do que em qualquer outra faixa etária", afirmou Amorim.

O Consul Yasushi Noguchi apresentou dados sobre a longevidade da população japonesa, com uma das menores taxas de nascimento. Na opinião dele, o Brasil em 2050 será como o Japão de hoje, com a população envelhecida e poucos nascimentos. “A população do Japão em 2018 era de 126.433.000 de residentes, 263.2000 residentes a menos em comparação com o ano passado. O número de idosos acima de 100 anos em 1988 era de 3.078 pessoas, número que passou em 2018 para 71.238 pessoas, sendo que 88.1% deles são mulheres”. O cônsul afirmou que o efeito disso é a diminuição da demanda interna, a falta de mão de obra e problemas sociais. “O principal problema é a falta de mão de obra no Japão, que está sendo resolvida com a tecnologia e inteligência artificial para ocupar postos de trabalho. Outro triste problema é a solidão dos idosos que passam dos 100 anos, pois eles acabam tendo pouco contato com a comunidade local. A polícia, o governo e a comunidade local juntos têm feito esforços em atividades de proteção, atuando na prevenção dos casos”, concluiu.

O último palestrante foi Waldemar de Carli, prefeito de Veranópolis no Rio Grande do Sul, reconhecida como a cidade que se vive mais e melhor no Brasil pela OMS. Com 26 mil habitantes é a cidade no Bra

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