Membros de variados setores da saúde debateram este e outros temas
A segunda parte do último dia do 16º Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde contou com um talk show, onde diversas personalidades representativas da área da saúde discutiram o tema “Quais são as Iniciativas do Setor Diante do “GAP” entre a Formação de Profissionais e as Necessidades do Mercado de Trabalho Atual e Futuro”.
Coordenado por Ana Maria Malik, do GVsaúde – FGV/EAESP, o painel abordou não só a formação e capacitação profissional, mas também questões centrais no setor, como gestão de recursos e responsabilidade profissional.
“Hoje nós temos uma oferta muito boa de profissionais no Brasil. Porém, eles não têm, por exemplo, uma visão financeira ou de gestão, e estamos tentando buscar este tipo de aperfeiçoamento”, destacou Fabio Sinisgalli, representante da Associação Nacional de Hospitais Privados – ANAHP no evento.
O secretário estadual de saúde da Bahia, Jorge José Santos Pereira Solla, destacou a falta de qualificação dos profissionais, em especial os que trabalham no Sistema Único de Saúde. “O maior desafio no estágio atual do SUS está na área de recursos humanos, em especial na categoria médica. As novas tecnologias não substituem as anteriores, e isso faz com que se amplie a necessidade de maior capacitação”.
Trazendo a visão da classe médica, falou o presidente da Associação Médica Brasileira – AMB, José Luiz Gomes do Amaral, que destacou a preocupação com a entrada desenfreada de profissionais no mercado de saúde. “O sistema de saúde no Brasil é muito heterogêneo, e do ponto de vista da formação isso é ainda mais marcante. Temos profissionais extremamente qualificados ao mesmo tempo em que temos médicos formados onde não há a menor possibilidade de contato com o doente”, alertou.
Trazendo importantes considerações, também participaram da discussão José Reinaldo Nogueira de Oliveira, presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB; Ronaldo Pasquarelli, diretor operacional da Pró-Saúde; Rubens Belfort Jr., presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM; Sarah Munhoz, representante do COREN-SP; e Wilson Rezende da Silva, pesquisador associado da FGV/EAESP.
Encerramento – o último painel do 16º Class, no dia 27 de maio, contou com a coordenação do consultor de Recursos Humanos Nelson Alvarez para a apresentação de cases no painel “Desafios dos Profissionais Responsáveis pela Gestão de Pessoas na Saúde”.
Mozar de Leone Mauro, superintendente de Recursos Humanos do Hospital Samaritano, destacou a falta de especialização dos profissionais atualmente no mercado. “A saúde é hoje uma área de muitas oportunidades para quem tem uma especialização, pois temos uma carência muito grande desses profissionais”.
Já Ramiro Novak Filho, presidente da Casa da Liderança do Brasil, falou sobre como melhor gerir pessoas. “É preciso saber qual a maturidade do profissional em cada uma das suas habilidades, e isso pode ser medido a partir da combinação entre competência e motivação. É um erro achar que os indivíduos têm maturidade para todas as tarefas”, disse o especialista.
Fonte: FEHOESP