Rede ajuda recuperação de bebês em UTI

Um projeto inovador tem ajudado na recuperação de bebês prematuros internados na UTI neonatal do Hospital de Clínicas de Niterói, região metropolitana do Rio.

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Hospital em Niterói (RJ) instalou dez minirredes feitas de flanela e crepom nas incubadoras para prematuros

Um projeto inovador tem ajudado na recuperação de bebês prematuros internados na UTI neonatal do Hospital de Clínicas de Niterói, região metropolitana do Rio.

Dez minirredes de tecido foram instaladas em incubadoras. Aconchegados no pedaço de tecido, os bebês diminuem sua frequência respiratória e cardíaca, gastam menos energia e se recuperam mais rápido.

De acordo com o diretor médico do hospital, Paulo Cesar Santos Dias, a rede reproduz, em certo nível, o ambiente que o bebê tinha no útero materno. “A rede deixa o neném quentinho e mais próximo da mãe, além de amenizar a má impressão provocada por todo o aparato tecnológico que cerca o bebê”, diz o médico.

As redes são feitas por uma costureira que usa, em sua confecção, flanela e atadura de crepom. Quando um bebê recebe alta, o material é esterilizado no próprio hospital.

“Na redinha, os bebês também acertam a postura, principalmente a do quadril, e diminuem o risco de ficar com a perna arqueada”, diz a neonatologista Márcia Patrão.

A ideia foi “importada” de uma maternidade da Paraíba. A técnica não é indicada para bebês em estado mais grave, que precisam estar ligados a muitos aparelhos.

Na última semana, três prematuros foram encaminhados para as incubadoras equipadas com redes. Um deles é Emanuel, que nasceu com sete meses e sete dias. Sua mãe, Débora Silva Luz, 28, está todos os dias no hospital para acompanhar sua recuperação. “Um vez, o Emanuel arrancou os fios dos aparelhos quando estava no colchão da incubadora. Na rede, ele ficou mais calmo, menos incomodado com essa aparelhagem”, afirma a mãe. “Também já aconteceu de ele começar a chorar. Aí eu balancei um pouco a rede e ele se acalmou logo”, conta.

Os bebês passam por sessões diárias de fisioterapia para auxiliar a respiração e o desenvolvimento neuromotor. “A redinha facilita nosso trabalho, porque eles ficam relaxados e choram menos”, afirma a fisioterapeuta Christine Camargo.

Apesar de não conhecer estudos que comprovem a eficácia do método, o médico Adalto Barbosa, do Departamento de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz ver vantagens em sua utilização. “Isso permite que a criança tenha menor perda de calor e incorpore mais nutrientes, permitindo o aumento de peso do bebê.”

Um possível indicador do benefício da rede está em um gesto detectado pela enfermeira Roberta Lomba, uma das coordenadoras do projeto. “Eles jogam o bracinho para trás e a perninha para fora da rede, o que mostra que estão confortáveis.”
 

Fonte: Folha de S. Paulo

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