Política econômica do novo governo será testada neste ano

Afirmação é do economista Eduardo Giannetti, que participou do 16º Class

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Afirmação é do economista Eduardo Giannetti, que participou do 16º Class

Em uma das palestras mais aguardadas do 16º Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde, o economista Eduardo Giannetti falou para um auditório lotado na manhã do dia 26 de maio. Abrindo o módulo de Saúde Suplementar do congresso, o especialista tratou do tema “As perspectivas econômicas no governo Dilma Rousseff”.

Giannetti, que diz se interessar muito pelos temas direcionados para a área da saúde, começou sua exposição traçando um panorama geral da economia brasileira no atual e nos últimos governos, além de projetar as tendências futuras para o setor.

Lembrou das causas da última grande crise financeira mundial, da qual o Brasil passou praticamente ileso, nas palavras do próprio palestrante. “Antes bastava uma ‘gripe’ lá fora para virar ‘pneumonia seguida de UTI’ aqui dentro, um quadro de hipersensibilidade da economia. A última crise foi diferente, o mundo passou por muita turbulência, mas o Brasil passou por ela sem maiores problemas. Mantivemos um sistema de racionalidade na condução da economia, que fez com que o país pudesse suportar a crise”.

O sucesso dessa política financeira, no entanto, pode estar ameaçada no novo governo de Dilma Roussef, segundo Giannetti. “Dilma não aproveitou o início de seu mandato para iniciar as mudanças e reformas necessárias. Seu governo perdeu uma oportunidade, e vai precisar trabalhar para reconquistar a credibilidade econômica”.

Destacou que o Brasil direciona apenas 19% de seu PIB como investimento em seu capital físico. A China investe constantemente 40% na mesma área, e a Índia investe 35%. “O Estado brasileiro drena uma quantia enorme de trabalho de quem cria riqueza, que transita pelo setor público, mas não se torna capital, não é investido”. Lembrou também que nossa carga tributária corresponde a cerca de 36% do PIB do país.

O palestrante ainda pincelou algumas tendências econômicas para o futuro do Brasil, amparado por dados, estimativas demográficas e a participação cada vez maior na economia das classes de menor poder aquisitivo. Afirmou que o país ainda precisa avançar muito na resolução de seus problemas. “É um equívoco imaginar que nossos problemas de fundo foram resolvidos, estamos muito longe disso. Metade dos domicílios deste país não tem sequer coleta de esgoto, saneamento, questão básica de saúde pública que pode prejudicar a possibilidade de formação do nosso capital humano”, finalizou.

Após a palestra, o economista participou de uma sessão de perguntas com os participantes do congresso.

 

Fonte: FEHOESP

 

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