Pacientes cobram novos remédios na rede pública

Programa Saúde Não Tem Preço, que distribui medicamentos a hipertensos e diabéticos, trabalha com drogas ultrapassadas. Associações cobram inclusão de substâncias já reconhecidas

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Programa Saúde Não Tem Preço, que distribui medicamentos a hipertensos e diabéticos, trabalha com drogas ultrapassadas. Associações cobram inclusão de substâncias já reconhecidas

Lançado logo após o primeiro mês de mandato para ser uma vitrine da gestão de Dilma Rousseff, o Saúde Não Tem Preço se propôs a fornecer medicamentos de graça para diabéticos e hipertensos. Na assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, em setembro, a presidente ressaltou a iniciativa em vigor no Brasil. Os pacientes, porém, encontram apenas os medicamentos mais básicos na rede composta por 20 mil drogarias intituladas Farmácias Populares. Eles reivindicam versões modernas e eficazes das substâncias. Até mesmo remédios que já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), lista elaborada pelo Ministério da Saúde com as drogas essenciais para tratar as doenças mais comuns na população, estão fora do Saúde Não Tem Preço.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) fez um pedido formal ao governo de inclusão de uma droga chamada Gliclazida, um antidiabético oral já inscrito na Rename. O medicamento é considerado mais eficaz do que os distribuídos pelo programa, já tem genérico e tem duas vantagens apontadas pela SBD: menos efeitos colaterais e doses menores para o mesmo resultado. É o que os médicos chamam de “aderência”. O êxito do tratamento depende da disposição dos pacientes em tomar os medicamentos. O Saúde Não Tem Preço oferece remédios que precisam ser administrados de duas a quatro vezes por dia, enquanto a Rename já tem remédios que podem ser tomados uma única vez.

Esse princípio vale principalmente para a hipertensão arterial. “A aderência é baixa. Em média, pacientes tomam 3,6 comprimidos por dia para hipertensão arterial. Eu não percebi mudanças com o lançamento do programa”, afirma o médico Heno Ferreira Lopes, membro da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e do Instituto do Coração (Incor) em São Paulo. “Muitos relatam que não conseguem os remédios”, diz Heno.

As insulinas disponíveis nas Farmácias Populares são as regulares e a NPH. A SBD defende que o Saúde Não Tem Preço ofereça também insulinas combinadas, que evitam aplicações duplicadas no mesmo dia. “Não entendo por que uma droga que já está na Rename ainda não faz parte do programa”, critica a médica Hermelinda Cordeiro Pedrosa, da SBD e coordenadora do Programa de Educação e Controle de Diabetes da Secretaria de Saúde do DF. Estima-se que no Brasil haja de 11 a 15 milhões de diabéticos. Já os hipertensos são 33 milhões.

Alterações
Em resposta ao Correio, o Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que incorpora medicamentos ao programa conforme o “orçamento disponível”. O ministério admite que o Saúde Não Tem Preço poderá sofrer alterações. “Novos medicamentos podem ser incorporados. Recebemos periodicamente sugestões de atualização do elenco e todas são avaliadas.” A distribuição de 11 medicamentos para diabetes e hipertensão já ampliou o acesso ao tratamento em 239% de fevereiro a setembro, segundo o Ministério da Saúde.
 

Fonte: Correio Braziliense

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