HPV ataca mais mulheres jovens

Médicos britânicos estão alarmados com pesquisas que revelam um aumento, nas duas últimas décadas, de 40% dos casos de infecção pelo vírus HPV (Human Papiloma Virus, na sigla em inglês)...

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Médicos britânicos estão alarmados com pesquisas que revelam um aumento, nas duas últimas décadas, de 40% dos casos de infecção pelo vírus HPV (Human Papiloma Virus, na sigla em inglês), responsável pelo câncer cervical, em mulheres na faixa dos 20 anos. Este aumento foi também acompanhado por uma redução de cerca de 30% dos casos de câncer cervical em mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 40 anos. Os dados contrariam uma antiga tradição médica de diagnosticar casos deste tipo de câncer em mulheres mais velhas.

Os médicos agora especulam que o motivo para o maior número de infecção pelo vírus é a troca frequente de parceiros sexuais: as mulheres iniciam sua vida sexual mais cedo e têm cada vez mais parceiros. A maioria dos casos de câncer do colo do útero está ligado ao Human Papilloma Virus (HPV), numa infecção sexualmente transmissível. Em mulheres mais velhas, a troca frequente de parceiros é mais rara e a redução expressiva do número de casos é atribuída ao rastreio do colo do útero em exames médicos cada vez mais precisos, que detectam alterações no colo do útero antes que se desenvolvam em câncer.

Em mulheres na faixa dos 20, porém, esta mesma triagem é menos eficaz porque o colo do útero está mudando naturalmente e os sinais de câncer são mais difíceis de detectar.

Segundo o jornal britânico “The Independent”, os médicos também debatem a idade que devem recomendar para iniciar a a triagem do útero: entre 20 e 25 anos, para esquadrinhar alterações na anatomia do útero e anormalidades que possam ser significativas e sirvam de alerta sobre a doença.

Os números do levantamento sobre câncer de útero foram divulgados pelo UK Cancer Research, que financiou o estudo para o “British Journal of Cancer”. No Reino Unido, a incidência de câncer entre os 20 anos e os 29 anos de idade subiu de 5,5 por cem mil mulheres em 1992-1994 (em torno de 215 casos por ano) para 7,9 por cem mil em 2006-08 (283 casos por ano): um aumento de 43%. Já os últimos números de 2007-08 sugerem que o aumento da incidência continua, com uma taxa de cerca de 9 por cem mil mulheres, na faixa de idade entre 20 e 29 anos.

Fertilização in vitro aumenta riscos
Já na Holanda, uma outra pesquisa revelou que mulheres que passaram estimulação ovariana para a produção de óvulos, que é parte do tratamento de fertilização in vitro, têm risco maior de contrair um tipo de câncer de ovário. Pesquisadores holandeses estudaram mais de 19 mil mulheres em idade fértil, que tinham feito fertilização in vitro. Do total, cerca de 6 mil tinha visitado clínicas de fertilidade, mas sem ter feito o procedimento.

Após 15 anos de acompanhamento, os médicos descobriram que as mulheres que se submeteram à fertilização tinham quatro vezes mais chances de ter a doença do que aquelas que não tinham passado pelo tratamento.

Os resultados, publicados online na revista científica “Human Reproduction”, permaneceram os mesmos, apesar de os médicos tentarem fazer análises do números levando em conta a idade, a existência (ou não) de gestações anteriores ao tratamento de fertilização, ou mesmo separando as amostragens em função da causa da infertilidade e de outros fatores. O risco de câncer não aumentou quando foram verificados os casos de mulheres que passaram por vários tratamentos, ou com o número de óvulos recolhidos.

O risco de câncer de ovário de qualquer tipo para mulheres de 55 anos de idade é de cerca de 0,45% na população estudada, mas os autores do estudo holandês estimam, a partir de seus dados, que o risco para as mulheres que passaram por fertilização in vitro aumenta para 0,71%.

– Estes dados não devem ser motivo de preocupação para as mulheres que se submeteram à fertilização in vitro – disse a médica Flora Leeuwen, líder do estudo e chefe de epidemiologia do Instituto Holandês de Câncer, ao jornal “The New York Times” – Estamos falando em um aumento do risco de um tumor raro, que é altamente tratável.

Fonte: O Globo Online

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