EUA mantêm novos anticoncepcionais à venda, com alertas

Vigilância Sanitária americana debateu segurança de uso de pílulas que também são vendidas no Brasil Após quase dez horas de disc

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Vigilância Sanitária americana debateu segurança de uso de pílulas que também são vendidas no Brasil

Após quase dez horas de discussão sobre a segurança dos anticoncepcionais que contêm o hormônio drospirenona, a FDA (agência norte-americana que regula fármacos e alimentos) decidiu que os benefícios da pílula superam os riscos para a população feminina em geral.

Dos 26 membros do comitê consultivo da FDA, 15 votaram a favor da manutenção dos contraceptivos no mercado. No entanto, a maioria (21) considerou que as atuais informações dadas aos consumidores não refletem os reais riscos dessas drogas.

Os consultores avaliaram que mais alertas devem ser incluídos na bula e que mais pesquisas são necessárias.

Quatro em seis grandes estudos demonstraram que esses contraceptivos (como a Yasmin e a YAS, à venda no Brasil) podem até triplicar o risco de formação de coágulos em relação às pílulas antigas, de levonorgestrel.

O comitê consultivo da FDA avaliou estudos financiados pela própria agência, por institutos independentes e pela fabricante das pílulas (Bayer Shering). Durante a reunião, acompanhada pela Folha, a fabricante Bayer expôs estudos que indicam a segurança das drogas.

O ginecologista David Grimes, professor da Universidade da Carolina do Norte e consultor da Bayer, afirmou que os estudos que mostram um maior risco da Yasmin ou YAS são “inconsistentes”.

Especialistas independentes argumentaram que os estudos existentes demonstram que as pílulas trazem mais riscos de trombose e infarto, inclusive para mulheres jovens (abaixo dos 35 anos).

“Por que manter uma pílula no mercado que é menos segura e não apresenta vantagens em relação a outros anticoncepcionais?”, questionou a médica Diana Zuckerman, presidente da National Research Center for Women & Families.

Depoimentos
O momento mais emocionante da reunião foram os depoimentos das supostas vítima da pílula -jovens sem fatores de risco para trombose- e de seus parentes.

Chorando, Joon Cummins relatou a morte da filha, a estudante Michelle Pfileger, 18, ocorrida no ano passado. Ela teve um tromboembolismo pulmonar, quatro meses após iniciar o uso de YAS.

Segundo a mãe, o ginecologista da filha não a alertou para os riscos da pílula.

“Em um dia, minha filha era uma jovem linda, inteligente e com uma vida pela frente. No outro dia, estava morta. Vocês [FDA] estão aqui para proteger nossas vidas e não os interesses da indústria”, disse a mãe.

Dados da FDA mostram que ao menos 190 mulheres morreram após tomar pílulas à base de drospirerona.

Como as outras pílulas, a Yasmin é uma combinação dos hormônios estrógeno e progesterona. A progesterona mais usada é derivada da testosterona.

A Yasmin, porém, é derivada de uma substância diurética, que aumenta a eliminação de líquidos, e também de uma que impede que o organismo absorva muito sal. Pode estar aí a origem do risco aumentado de trombose.

Especialistas recomendaram que os médicos fiquem atentos a sinais de risco em suas pacientes.

Fonte: Folha de S. Paulo

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