Brasil tem atuação tímida no controle do tabagismo

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Tabaco lista o Brasil no grupo de países com a segunda pior classificação na adoção de políticas nacionais para garantir ambientes livres de fumo.

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Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, País tem boas iniciativas, mas ainda não garantiu ambientes livres de fumo

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Tabaco lista o Brasil no grupo de países com a segunda pior classificação na adoção de políticas nacionais para garantir ambientes livres de fumo. Apesar de o Brasil ter uma atuação de destaque em outras áreas de controle do tabagismo, como o sistema de advertências e a oferta de tratamento para fumantes que queiram abandonar o cigarro, as iniciativas nacionais para evitar o fumo passivo ainda têm muito para avançar.

“As políticas adotadas no País podem ser consideradas como relativamente efetivas. Há ainda problemas a superar”, admitiu ontem o representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Diego Victora, durante debate para discutir as conclusões do relatório, cujo lançamento oficial ocorreu em julho. E entre eles, está a aprovação no Congresso da lei que garanta ambientes livres de fumo – uma ferramenta considerada essencial para reduzir o fumo passivo.

O relatório mostra que 11% da população mundial vive em locais com leis que garantem ambientes livres de fumo. O trabalho indica ainda que, graças às leis locais, 40% da população brasileira atualmente vive em áreas com leis que proíbem o cigarro em locais fechados. “O relatório analisa iniciativas nacionais. E, nesse aspecto, o Brasil tem resultado pouco expressivo. Basta ver a lentidão na apreciação do projeto sobre o assunto no Congresso”, afirmou Paula Johns, da Aliança de Controle do Tabagismo.

Paula aponta dois motivos para a demora na apreciação do projeto. Por um lado, o movimento eficiente da indústria do cigarro para protelar ao máximo a tramitação da proposta. E, por outro, a ausência de uma atuação efetiva do governo para que o projeto seja aprovado. “Pode até haver um discurso ou outro, mas não se vê a assessoria parlamentar ali, trabalhando pelo projeto”, completou.

Tânia Cavalcante, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto do Câncer, considera que há desafios que o Brasil precisa enfrentar, como a concentração de fumantes entre pessoas de menor renda e a oferta de mecanismos para que plantadores de fumo possam mudar para outra atividade econômica.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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